sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Filha de Serra quebrou 60 milhões de sigilos

Filha de Serra fez a maior quebra de sigilos do mundo
A revista CartaCapital que está nas bancas traz reportagem de Leandro Fortes que vai calar o Zé Baixaria e seus auto-falantes do PiG (*). Por 15 dias no ano de 2001, no governo FHC/Serra a empresa Decidir.com abriu o sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros.
É isso mesmo o que o amigo navegante leu: a filha de Serra abriu o sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros por 15 dias durante o governo FHC/Serra. A Decidir.com é o resultado da sociedade, em Miami, da filha de Serra com a irmã de Daniel Dantas.
Veja aqui a prova da associação com documentos do Estado da Flórida, nos Estados Unidos. O primeiro “plano de negócios” da empresa era assessorar licitações públicas.
Imagine, amigo navegante, assessorar concorrências ! A certa altura, em 2001, a empresa resolveu ser uma concorrente da Serasa. Fez um acordo com o Banco do Brasil e através disso conseguiu abrir sigilos bancários. O notável empreendimento de Miami conseguiu também a proeza de abrir e divulgar a lista negra do Banco Central.
O intrépido jornalismo da Folha (**) fez uma reportagem sobre o assunto, mas motivos que este ordinário blogueiro não consegue imaginar, omitiu o nome da empresa responsável pelo crime. A Folha (**) divulgou ela própria o sigilo de autoridades que passaram cheques sem fundo. O então presidente da Câmara, Michel Temer, oficiou o Banco Central. E, a partir daí, operou-se um tucânico abafa.
O Banco Central não fez nada. A Polícia Federal não fez nada. O Ministério da Fazenda não fez nada. O Procurador Geral da República não fez nada.
Faltava pouco para a eleição presidencial de 2002, quando José Serra tomou a surra de 61% a 39%. A filha dele largou a empresa, provavelmente em nome dos mais altos princípios da Moral. Mino Carta tem a propriedade de publicar reportagens que equivalem a tiro de misericórdia. Quando dirigia a revista IstoÉ, publicou a entrevista do motorista que implodiu o governo Collor. Agora, ele e Leandro, processados por Gilmar Dantas (***), dão o tiro de misericórdia na hipocrisia dos tucanos paulistas.
A partir desta edição da CartaCapital, a expressão “violar o sigilo” passa a ser uma ofensa à memória dos brasileiros.
Paulo Henrique Amorim
(Conversa Afiada, http://www.conversaafiada.com.br/)

Recife apresenta oficialmente homenageados do Carnaval 2011

A artista plástica Tereza Costa Rêgo e o maestro Duda foram festejados em evento da Prefeitura, nesta quarta-feira (8)

Da Redação do pe360graus.com
Reprodução / TV Globo
Foto: Reprodução / TV Globo

A seis meses do Carnaval 2011, o Recife apresentou nesta quarta-feira (8), oficialmente, os homenageados da festa: a artista plástica Tereza Costa Rêgo e o maestro José Ursicino da Silva, mais conhecido como maestro Duda (fotos 1 e 2).

O prefeito João da Costa fez elogios aos dois homenageados. “Tereza Costa Rêgo tem uma história no movimento de cultura popular do Recife. Já o maestro é um arranjador nato, com uma contribuição significativa para o nosso Carnaval”, falou.

Homenageados de outros carnavais, como o cantor Claudionor Germano e o artista Abelardo da Hora foram prestigiar os dois amigos no evento.

O músico e a artista plástica disseram estar muito felizes com a lembrança. “Sou pernambucana. Nasci no Recife. Fiquei muito emocionada. Acho que eu nem merecia, mais fiquei feliz”, disse a artista. “Eu só posso ficar feliz e agradecido”, complementou o
 

12º Festival de Vídeo de Pernambuco lança edital

A partir do dia 11, o regulamento estará disponível nos sites da Fundarpe e da Prefeitura do Recife; inscrições serão realizadas entre os dias 27 e 30 de setembro

Da Redação do pe360graus.com
Vem aí o 12º Festival de Vídeo de Pernambuco, realizado pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), em parceria com a Prefeitura da Cidade do Recife (PCR). O festival é voltado para videastas e cineastas em início de carreira (mas aberto a todos) e terá premiações de mais de R$ 40 mil para curtas-metragens.

O regulamento e o formulário de inscrição estarão disponíveis, a partir do dia 11 deste mês, neste endereço eletrônio e no site da Prefeitura do Recife. A mostra competitiva será realizada no Cinema São Luiz, entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro.

INSCRIÇÕESO período de inscrição do Festival vai do dia 27 a 30 de setembro e os candidatos poderão efetuá-la de maneira presencial ou pelos Correios. Quem escolher a primeira opção deverá entregar o formulário preenchido e a documentação necessária na Gerência Operacional de Audiovisual da PCR, localizada no Teatro do Parque, na Rua do Hospício, 81, Boa Vista, no período das 9h às 17h.

Já quem preferir o envio postal, terá de mandar a inscrição via Sedex ao endereço da Coordenadoria do Audiovisual da Fundarpe, cujo endereço é Rua da Aurora, 463/469, Boa Vista. Só serão aceitos projetos com data de postagem até o último dia de inscrição.

Tanto pessoas físicas quanto jurídicas estão aptas a concorrer ao 12º Festival de Vídeo de Pernambuco. Em ambos os casos, os concorrentes deverão apresentar inscrições em envelopes lacrados contendo três cópias de cada vídeo em DVD, com identificação e capa; três cópias da ficha de inscrição preenchidas e três fotos de divulgação do vídeo. No caso das Pessoas Físicas é necessário apresentar cópia do RG, do CPF, da inscrição no INSS, além cartão de inscrição no CIM (caso tenha inscrição como autônomo) e comprovante de domicílio bancário.

Já para pessoas jurídicas, é preciso entregar cópia do CNPJ e do contrato social ou estatuto; certidão de regularidade fiscal na Fazenda Estadual e Municipal; certidão conjunta negativa de débitos relativos a tributos federais e à dívida ativa da União; cópia de RG, CPF e comprovante de residência do responsável legal; certidões negativas de débitos fiscais estaduais e municipais, certidão negativa de débitos com o INSS-CND e certidão de regularidade do FGTS-CFR.

CATEGORIAS E PREMIAÇÃOA 12ª edição do Festival de Vídeo de Pernambuco contará com as categorias Documentário, Videoclipe, Ficção, Experimental e Animação, na Mostra Geral; e Documentário e Ficção, na Mostra Universitária. Os prêmios para 1º, 2º e 3º lugares na Mostra Geral serão, respectivamente, de R$ 3,5 mil, R$ 2,5 mil e R$ 1,5 mil.

Dois prêmios, no valor de R$ 1,5 mil cada, serão conferidos ainda aos vencedores das duas categorias da Mostra Universitária. Só poderão participar vídeos produzidos em Pernambuco, a partir de 2007 e com duração máxima de 20 minutos.

EXIBIÇÃOUm dos mais tradicionais cinemas de rua do Brasil – o São Luiz – será o palco do Festival de Vídeo de Pernambuco. Durante cinco dias, será lá o centro das atenções do audiovisual na Região Metropolitana do Recife. A seleção dos filmes que irão participar da mostra competitiva será feita por uma Comissão de Seleção, designada pela organização do evento.

JÚRI 
Seis profissionais de reconhecida experiência em audiovisual farão parte da comissão que julgará os vídeos, sendo três para a Mostra Geral e três para a Mostra Universitária. O resultado final dos vencedores será divulgado no último dia do festival, 3 de dezembro.

Pátio de São Pedro recebe prévia do Coquetel Molotov nesta sexta

O público vai conferir as bandas Sweet Fanny Adams (PE) e Apanhador Só (RS), a partir das 21h; a entrada é gratuita

Da Redação do pe360graus.com
divulgação
Foto: divulgação
Nesta sexta-feira (10), o palco do Pátio de São Pedro recebe mais uma edição do projeto Coquetel Molotov no Pátio Sonoro, fazendo a prévia dos shows do Festival No Ar 2010, que acontece no fim deste mês. Desta vez, o público vai conferir as bandas Sweet Fanny Adams (PE) (foto) e Apanhador Só (RS), a partir das 21h.

A Sweet Fanny conta com dois EPs gravados e segue uma linha de rock animado e envolvente, com influências de Gang of Four e Franz Ferdinand. Além disso, em 2009, a banda participou do CM J Music Marathon & Film Festival, em Nova Iorque, um dos mais importantes festivais de música independente do mundo.

Já a banda Apanhador Só, de Porto Alegre, está circulando por diversas cidades brasileiras para divulgar seu primeiro disco oficial, homônimo. Eles, inclusive, estão indicados na categoria Aposta MTV,  da premiação VMB 2010.

FORRÓ
Já no sábado (11), em comemoração ao Dia Estadual do Forró, o Pátio de São Pedro se transformará em um verdadeiro arraial. No palco, o público vai poder conferir 30 grandes nomes da música nordestina, como Nádia Maia, Santana, Cristina Amaral, Irá Caldeira, Nádia Maia, Rogério Rangel, Josildo Sá, Petrúcio Amorim, Terezinha do Acordeom, entre outros. Os shows começam a partir das 20h.

SERVIÇO:

Sexta-feira (10), a partir das 21h
Projeto Coquetel Molotov no Pátio Sonoro
Sweet Fanny e Apanhador Só
Entrada de graça

Sábado (11), a partir das 20h
Dia Estadual do Forró
Entrada de graça

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Você Já Pensou em usar o Linux?

PCWORLD

Como escolher uma distribuição Linux para o Desktop


Com todos os bons motivos para usar o Linux atualmente - especialmente em uma empresa - geralmente é fácil decidir abandonar o Windows. O que é difícil, entretanto, é decidir qual distribuição (nome dado às versões do sistema operacional) Linux é a mais adequada para você ou para sua empresa. 
A julgar pelos números de popularidade rastreados tanto pelo site Distriwatch como por um estudo recente da LinuxTrends, o Ubuntu é claramente a distro mais popular. Não há como negar que o Ubuntu tem muitos benefícios para os usuários, mas ao mesmo tempo há muitas outras possibilidades, cada qual adicionando seu tempero próprio ao Linux.
Qual distribuição é a melhor para você? A resposta depende de vários fatores
1. Habilidade
Se você nunca usou o Linux antes, é melhor ficar com uma distribuição mais adequada aos usuários iniciantes. Esta é uma das principais características do Ubuntu , mas o Fedora , Linux Mint e o openSUSE também podem ser boas escolhas. Eu recomendaria o Ubuntu ou Fedora para um novo usuário.
Fique longe de versões alpha, beta e release candidate (RC) do software, já que elas podem ser instáveis. Por outro lado, se você se considera um usuário avançado  pode preferir distribuições como o Gentoo , Debian , Arch Linux e Slackware . Ou quem sabe fazer sua própria distribuição do zero com o Linux from Scratch !
2. Foco
Se seu trabalho (ou o de sua empresa) é focado em uma área específica, vale a pena dar uma olhada nas muitas versões de nicho do Ubuntu, como a EduBuntu (para educação) e UbuntuStudio (para músicos, artistas gráficos e produtores de vídeo).
3. Suporte
Cada distribuição tem sua própria comunidade online, que é geralmente o melhor lugar para conseguir ajuda gratuita quando problemas surgem. Antes de escolher uma distro, pode ser uma boa idéia dar uma olhada em sua comunidade visitando os fóruns onde os usuários se reúnem. Alguns são mais amigáveis do que os outros.
Se você não se sente confortável com o suporte oferecido pela comunidade, pode optar por uma versão comercial do Linux com suporte técnico oferecido pelo desenvolvedor ou revendedor. O Red Hat Enterprise Linux e o SUSE Linux Enterprise Desktop (antigamente conhecido como Novell Linux Desktop) geralmente estão entre as melhores escolhas entre as distribuições Linux para o segmento corporativo.
4. Hardware
Uma das muitas virtudes do Linux é que ele pode rodar muito bem em hardware mais antigo, então não é necessário ter um computador poderoso para conseguir desempenho satisfatório. Se seu hardware é antigo, uma distribuição como o Puppy Linux é uma boa escolha. Para desktops com recursos (como RAM e espaço em disco) limitados distribuições como o Xubuntu e o Debian XFCE Edition podem ser úteis. E para os netbooks há inúmeras opções, como o Ubuntu Netbook Remix , EasyPeasy ou o Jolicloud .
Em máquinas mais modernas, seus periféricos podem influenciar a escolha da distribuição. Se você depende de um leitor de cartões de memória, modem 3G ou impressora multifuncional no dia-a-dia, por exemplo, é melhor verificar sua compatibilidade com a distribuição que pretende usar antes de migrar. Entre as distribuições atualmente no mercado, o Ubuntu é provavelmente a que tem a melhor compatibilidade de hardware.
5. Software
Se há algum programa que é indispensável para o seu dia-a-dia ou de sua empresa, planeje-se para não ser pego de surpresa sem ele. Primeiro, verifique se há uma versão Linux, seja do fornecedor original ou equivalente Open Source. Se for um software proprietário, certifique-se de que é possível rodá-lo na distribuição que escolheu: apesar de oferecer uma versão Linux, muitas empresas empacotam seus programas para uma distribuição específica, e não garantem seu funcionamento em outras versões do sistema.
Ainda indeciso?
Se você ainda não conseguiu decidir qual distro usar, há vários testes online para guiá-lo em sua escolha. Os melhores que já vi são o Linux Distribution Chooser da zegenie Studios e o Distro Chooser do sitepolishlinux.org.
Seja qual for  distribuição escolhida, é uma boa idéia experimentá-la antes usando um LiveCD ou LiveUSB. Assim você pode se decidir se o sistema é realmente adequado para você antes de instalá-lo em sua máquina. Se preferir, pode ser uma boa idéia começar a usar o sistema em regime de dual boot, assim o Windows estará sempre por perto se você eventualmente precisar. Também recomendo uma referência impressa. Para os usuários do Ubuntu, por exemplo, o livro The Official Ubuntu Book é uma boa opção.
E lembre-se de que a principal característica do Linux é a liberdade de escolha. Se a primeira distribuição que você escolheu não parecer a certa, há muitas outras para experimentar e isso não vai lhe custar um centavo. Tente fazer isso com software proprietário!

Muito bom esse som...TOKYO SKA PARADISE

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Ariano Suassuna e o Forro Atual

CRÍTICA DE ARIANO SUASSUNA SOBRE O FORRÓ ATUAL

'Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!'. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são 'gaia', 'cabaré', e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.

Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.

Porém o culpado desta 'desculhambação' não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de 'forró', parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.

Aqui o que se autodenomina 'forró estilizado' continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem 'rapariga na platéia', alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é 'É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!', alguma coisa está muito doente. Sem esqu ecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

Ariano Suassuna

Black to Back

Lula Cortes e Má Companhia

Moveis Colonias de Acaju

Orquestra Conteporanea de Olinda

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A rua, as pedras a VITÓRIA!

E as pedras vencerão:
Os tanques;
O medo;
A repressão;
A dor;
O povo vitorioso ganhará as ruas...
... E nunca mais se ouvirá falar,
em morte,
desaparecimento ou tortura.
Meu bem, eu só queria que vc soubesse...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Muito show, blues pra enxaqueca!

Hoje eu acordei com uma puta enxaqueca e então resolvi escutar um bom blues pra animar e ver se melhorava... O resultado é que além de melhorar fiquei muito empolgado esses dois são show de bola..



segue o link pra quem quizer baixar o cd completo:
http://www.4shared.com/file/jaPIx8cd/Quincy_Jones_and_Bill_Cosby_-_.htm

domingo, 15 de agosto de 2010

Linux é o Socialismo Digital

Voltei pra postar sobre uma coisa que me interessa  muito, o mundo digital...
Incentivado por um professor da UNICAP instalei o Ubuntu em meu note, pra quem não conhece o Ubuntu é uma distribuição Linux, entre tantas outras, instalei o Ubuntu porque me foi o mais acessível pois o primo de Paulinha minha namorada tinha o CD em casa, mas existem várias e que podem ser baixadas nos seus respectivos site, e o melhor disso tudo é que podem ser baixadas gratuitamente, isso mesmo de graça... E tem algumas distribuições como a Ubuntu que se você se cadastrar no site eles ainda manda o CD de instalação pra sua casa e sem custo nenhum...
Agora o que muita gente ainda não sabe é que os sistemas Linux hoje em dia são muito melhores que o SO da Microsoft (Windows), muito mais rápido e estável, o que muita gente fala é que não usa pois existem programas que não rodam em plataforma LInux é mito todos os programas existentes no Windows existem no Linux , não com o mesmo nome é claro, mas como falei mudam só de nome a Interface são as mesmas como se fossem os genéricos melhores, pois todos são de graça, um exemplo é o "Inkspace" que é um programa de desenho que é o similar do famoso Corel Draw a grande diferença testadas por mim é o valor hoje o Corel custa em torno de R$400,00 e o Inkspace é gratuito...
Hoje grandes empresas estão migrando para distribuições Linux pois não aguentam mais pagar tanto pelos Windows rodados em suas máquinas, o Banco do Brasil por exemplo já está usando até em seus caixas rápido. Acho que os governos deveriam incentivar cada vez mais pesquisas e desenvolvedores, pois isso iria baratear bastante o custo das empresas públicas e reduzir gastos nos cofres públicos.
Pois bem gente o Linux é uma grande opção pra todos acessível e gratuita, por isso venho dizendo que o linux é a revolução digital, é o socialismo dos PC's.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Illex ParaguariensisEngenheiros do Hawaii

Hoje eu acordei mais cedo
Tomei sozinho o chimarrão
Procurei a noite na memória
Procurei em vão...

Hoje eu acordei mais leve
Nem li o jornal
Tudo deve estar suspenso
Nada deve pesar

Já vivi tanta coisa
Tenho tantas pra viver
To no meio da estrada
E nenhuma derrota vai me vencer

Hoje eu acordei livre
Não devo nada a ninguém
Não há nada que me prenda aqui

Ainda era noite
Esperei o dia amanhecer
Como quem aquece a água
Sem deixar ferver

Hoje eu acordei
Agora eu sei
Viver no escuro...
Até que a chama se acenda
Verde quente erva ventre dentro entranhas
Mate amargo noite adentro estrada estranha

Nunca me deram mole não
melhor assim
Não sou afim de pactuar
sai pra la

Se pensam que eu tenho as mãos vazias e frias
melhor assim
Se pensam que as minhas mãos estão presas

Mãos e coração, livres e quentes, chimarrão e leveza

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

MAIOR MERCADO DE CONSUMO DE UÍSQUE DO MUNDO


O emergente mercado brasileiro de uísque tem uma série de pequenas e interessantíssimas particularidades. A primeira é que Recife (PE) é a cidade que detém o maior consumo de uísque per capita em todo o mundo. Os dados são da prestigiada publicação inglesa “The Whisky Magazine”.
Isso mesmo, a cidade conhecida por suas pontes, Carnaval e belas praias tem grande importância no setor nacional. Tanto que Eduardo Blohm Bendzius, diretor de marketing da Diageo –que controla as marcas Smirnoff, Johnnie Walker, Captain Morgan, Baileys, J & B, José Cuervo e a cerveja Guinness–, explica que a empresa executa ações específicas para Pernambuco. “O Brasil, hoje, é o país onde mais se consome Johnnie Walker Red Label no mundo, e Recife corresponde a pelo menos 40% desse volume”, diz.
Segundo Bendzius, Recife é um grande mercado não apenas para o uísque, mas também para outras bebidas destiladas. “A cidade tem uma cultura de destilados que também abarca bebidas como o rum”, explica.
O consumo de uísque na capital de Pernambuco tem algumas particularidades, como o costume de ser bebida com gelo produzido com água de coco. “Como bebedor de uísque, não sou purista, acho que cada um deve degustar a bebida da maneira que achar melhor”, afirma.
Prado começou a se interessar pela bela bebida em meados de 1970 e não parou mais. “Tive a oportunidade de conhecer a Inglaterra e, lá, fui provando bons uísques e comprei meu primeiro livro”, explica. Segundo ele, o mercado brasileiro cresceu muito nos últimos anos. “Hoje em dia, é muito fácil encontrar um uísque de boa qualidade nas capitais. Antes, tínhamos que esperar que alguém trouxesse de fora”, diz.
Rótulos nobres e destilarias fantasmas
O bom momento do mercado nacional de uísque colocou o país na rota dos chamados lançamentos super premium –uísques produzidos com matérias-primas nobres, de produção limitada, como o Johnnie Walker King George V, que teve cem unidades lançadas no Brasil.
Na produção desse tipo de bebida, muitas vezes são usadas matérias-primas das chamadas destilarias fantasmas – que fecharam as portas apesar da qualidade, o que confere a esses rótulos uma áurea de originalidade.
Os lançamentos mais exclusivos costumam atrair colecionadores. Algo que Prado não concorda. “Eu respeito muito os colecionadores, mas acho que o uísque foi feito para ser bebido e é muito mais gostoso beber do que admirar um garrafa”.

Um dia, uma inspiração!

Agora um Jazz PERNAMBUCANO

Seguindo o caminho dos ícones

Um Ícone do Blues/Jazz

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Cineastas da favela criticam Cidade de Deus e Tropa

Os diretores dos cinco episódios do filme 5x Favela, Agora por Nós Mesmos criticaram, em debate durante o festival de cinema de Paulínia, produções que tratam de favelas, como Cidade de Deus e Tropa de Elite.

Comandado por Cacá Diegues, 5x Favela, Agora por Nós Mesmos custou R$ 4 milhões e traz cinco curtas-metragens escritos, dirigidos e interpretados por moradores de comunidades carentes do Rio de Janeiro. Retoma uma ideia original de 1962, em que cinco cineastas de classe média do Rio, entre eles Diegues, mostraram a vida dos moradores de favelas no clássico Cinco Vezes Favela.

Os diretores dos curtas disseram que não se vêem representados nos filmes de Fernando Meirelles e José Padilha. Por isso, produziram episódios em que moradores de comunidades cariocas são apresentados em uma perspectiva positiva.

"Cidade de Deus é um filme que o cara de fora [da favela] viu os traficantes e fez um filme sobre isso. Tropa de Elite foi um cara de fora [da favela] que viu a polícia e fez um filme sobre isso. Agora [5x Favela, Agora por Nós Mesmos] é um filme com a nossa visão", disse Luciano Vidigal, de 32 anos, cineasta morador do morro do Vidigal, diretor do episódio Concerto para Violino, o mais violento, trágico e pretensioso do filme, em que policiais e traficantes se unem para recuperar armas roubadas por bandidos.

Mais jovem dos diretores de 5x Favela, a estudante Manaíra Carneiro, 22 anos, diferencia o longa de Cidade de Deus e de Tropa de Elite. "A temática de 5x Favela não é a favela. É um filme que se passa na favela, mas acima de tudo um filme sobre solidariedade, esperança e ética, sobre pessoas que vivem em situações limite. Cidade de Deus é um filme de época, maniqueísta", afirmou.

Manaíra é codiretora de Fonte de Renda, o primeiro episódio, sobre um rapaz da favela que se vê forçado a vender drogas para os "playboys" da faculdade de direito em que estuda, para poder comprar livros. O jovem reluta muito em entrar para o crime e sai dele assim que consegue um emprego. E tem um final feliz, não é punido por se envolver com o tráfico, como provavelmente ocorreria se a história tivesse saído da cabeça de alguém de fora da favela.

O final feliz, à exceção de Concerto para Violino, marca todos os episódios. Segundo os diretores, isso foi proposital. Os cinco curtas foram escolhidos entre dezenas de argumentos desenvolvidos pelos jovens das comunidades em oficinas preparatórias para o filme.

"No processo de escolha dos argumentos, foi nítida essa necessidade de fazer um retrato positivo da favela", contou Cacau Amaral, 37, morador de Duque de Caxias, na periferia do Grande Rio, um dos diretores do programa Espelho, de Lázaro Ramos, no Canal Brasil.

Amaral, assina, em parceria com Rodrigo Felha, o episódio Arroz com Feijão, um dos mais divertidos, apesar da situação trágica. No curta, dois meninos lavam carro e catam cocô de cavalo para conseguir dinheiro e comprar uma galinha para que a mãe de um deles sirva um jantar digno para o pai, no dia do aniversário dele. Em uma das cenas mais "ideológicas" de todo o filme, os dois garotos são roubados por alunos do colégio mais elitista do Rio de Janeiro.

"Essa ideia da positividade foi de todo mundo. Tem desgraça na favela, mas decidimos mostrar a desgraça com humor. Pobre ri pra caramba, não só chora", disse Manaíra.

5x Favela, Agora por Nós Mesmos estreia nos cinemas de São Paulo e Rio em 27 de agosto.

Fonte: http://www.vermelho.org.br
'Uma noite em 67': Tropicalismo, vaias e um festival de MPB histórico


Filme com Chico, Gil, Caetano, Roberto e "garotinhos" chega aos cinemas nesta sexta-feira (30)
Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Edu Lobo são artistas nacional e até internacionalmente conhecidos. Já sentiram na pele o que é ser calado por uma ditadura escancarada e, em contrapartida, já desfrutaram a emoção de revolucionar uma geração inteira de jovens, músicos ou não.
O documentário "Uma noite em 67" volta mais de 40 anos no tempo para resgatar imagens e histórias da final do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, o mais lembrado acontecimento do período que ficou conhecido como a Era dos Festivais. Naquele 1967, Chico Buarque apresentou "Roda vida", e Edu Lobo cantou "Ponteio". O Tropicalismo ganhou formas e nomes, com Caetano Veloso interpretando "Alegria, alegria" ao lado dos Mutantes, e Gilberto Gil, "Domingo no parque". Sérgio Ricardo protagonizou uma cena célebre ao atirar um violão na plateia, depois de ser vaiado ao entoar "Beto bom de bola". A MPB, pode-se dizer, nunca mais foi a mesma.
Dentro da prolífica safra recente de documentários brasileiros relacionados à música, "Uma Noite em 67", dirigido pela dupla Renato Terra e Ricardo Calil, surge como um dos mais eficientes e bem realizados. Exibido em alguns festivais, o longa consegue encantar com as memórias resgatadas pelos cineastas, um trabalho em que tudo parece estar no lugar e tempo certos. Mais do que isso, consegue resgatar visualmente os elementos que transformaram aquele final de festival no clímax da produção musical dos anos 60 no Brasil.
O filme ainda traz depoimentos inéditos dos principais personagens: Chico, Caetano, Roberto, Gil, Edu e Sérgio Ricardo. Além deles, algumas testemunhas privilegiadas da verdadeira "batalha", como o jornalista Sérgio Cabral (um dos jurados) e o produtor Solano Ribeiro, partilham suas memórias de uma noite inesquecível em 21 de outubro de um ano que ficou marcado na história.

Assista o Traill   


Da Redação UNE

sexta-feira, 30 de julho de 2010

As propostas do PCdoB para a Ciência, Tecnologia e Inovação

Assim como tem feito desde a primeira campanha de Lula em 1989, o PCdoB apresentou aos partidos aliados reunidos em torno da candidatura de Dilma Rousseff um conjunto de ideias para compor a plataforma do futuro governo.

Por Renato Rabelo*
Nestas propostas guardam especial destaque a visão estratégica sobre o papel central da implementação de uma política industrial pautada e baseada por uma política de ciência, tecnologia e inovação que correspondam às necessidades de reprodução material da Nação. Mas, também, em função do crescente papel do país em um mundo onde o poder dos monopólios e oligopólios tem cada vez mais primazia, onde os dispêndios financeiros são cada vez maiores em capacitação tecnológica. Na época atual, a problemática da Ciência &Tecnologia ganha contornos cada vez mais financeiros, saindo da lógica lúdica da inovação pela inovação.

O programa de governo de Dilma é marcado pela continuidade com avanço. Neste sentido, as propostas do PCdoB para a área de C&T se referenciam pela necessidade de avançar nesta área a ponto de alcançar uma relação entre investimentos em C&T em proporção ao orçamento da União da ordem de pelo menos 2%. Não se trata de nenhuma fantasia, pois em 2004 o total aplicado nesta área foi de 1,24% e em 2008 de 1,48%. Números que refletem quase a mesma proporção dos países desenvolvidos. A ordem atual dos acontecimentos pode levar nosso país a atingir a proporção proposta pelo PCdoB.

É caso a ser tratado no âmbito de um planejamento estatal e privado cada vez mais específico. A anarquia da produção, por si só, é incapaz de resolver tal ordem de demandas. Daí os próprios países capitalistas passarem a planejar cada mais vez suas ações – e de suas empresas – neste quesito. E o Brasil não pode ser diferente. Daí a necessidade de solução de uma outra ordem de problemas, mais diretamente relacionado ao papel da iniciativa privada no fomento à inovação. Isso tem lógica de processo histórico, pois o próprio estudo das tendências históricas nesta área nos leva a perceber o papel das empresas privadas nesta área. Por exemplo, nos países desenvolvidos – afora os investimentos estatais – a proporção de investimentos privados em C&T são até cinco vezes maiores que os investimentos públicos.

É por essas tendências históricas comprovadas que colocamos a ciência, tecnologia e inovação como parte de uma política industrial. Política industrial e fomento à C&T somente ocorrem com grandes induções macroeconômicas e comércio exterior planificado. Eis também o sentido de nossa luta por uma taxa de juros próxima de patamares internacionais e de uma política cambial que favoreça nossos termos de troca com o exterior e induza empresas de ponta no mundo a utilizar nosso território como base de desenvolvimento tecnológico.

* Renato Rabelo é presidente Nacional do PCdoB

Bolero de Ravel uma pequena analogia a Militância da UNIÃO DA JUVENTUDE SOCIALISTA

Certa vez um camarada me falou que deviamos nos inspiramos e fazermos uma alnogia de nossa militancia a famoza composição conheciada e tocada mundialmente "O Bolero de Ravel", no entanto poucas pessoas que estavam presentes compreenderam o que significaria aquilo que o Camarada estaria falando, uma parte porque não fazia ideia do que PO... seria o Bolero de Ravel, outra parte sabia só não entenderá como fazer analogias entre música clássica e a militância de um jovem Comunista.
Então primeiro queria me dar o direito e audácia de fazer alguns comentários sobre a composição. Composta entre Julho e Outubro de 1928 no Tempo di Bolero, moderato assai ("tempo de bolero, muito moderado"), o Bolero tem um ritmoinvariável (escrito para = 72, ou seja, com a duração teórica de catorze minutos e dez segundos), e uma melodia uniforme e repetitiva. Deste modo, a única sensação de mudança é dada pelos efeitos de orquestração e dinâmica, com um crescendo progressivo e uma curtamodulação em mi maior próxima ao fim, mas retorna ao dó maior original faltando apenas oito compassos do final. Originalmente, na própria cópia da partitura de Ravel, a marca do metrônomo é = 76, mas esta está riscada e 66 está substituindo a marcação original. Ravel observa esta segunda marca na sua gravação com a Orquestra Lamoureux. Mais tarde, outras edições do Bolero sugerem o 72. Na primeira gravação de Piero Coppola, a qual Ravel estava presente, o Bolero teve uma duração similar de 15 minutos e 40 segundos. Ravel, mais tarde comentou a um jornalista do Daily Telegraph que a obra duraria 17 minutos. Forma uma obra singular, que Ravel considerava como um simples estudo de orquestração. A sua imensa popularidade tende a secundarizar a amplitude da sua originalidade e os verdadeiros objectivos do seu autor, que passavam por um exercício de composição privilegiando a dinâmica em que se pretendia uma redefinição e reinvenção dos movimentos de dança. O próprio Ravel ficou surpreendido com a divulgação e popularidade da obra, muito devido às variações que numerosos maestros, incluindo Willem Mengelberg e Arturo Toscanini, introduziram nas suas interpretações.
O que é mais interessante é que Ravel como poucos compositores uniu a mesma composição Metais, Madeiras, Cordas e Percussão. A composição começa a ser exucutada pelas Madeiras um oboé, depois um clarinete, passando assim pelos Metais, Trombone, Bombardino, então entra as cordas com os violinos, violas e violon Cello, e a percussão marca a cadência.
Agora se perguntem o que isso tem a ver com a militancia da Juventude aguerrida e engaijada na luta por uma sociedade mais justa e igualitária?
É simples Ravel intencionalmente ou não, por ser detalhista e sutil mostrou a importância que cada instrumento tem na orquestra, criando solos separados da mesma melodia para vários instrumentos diferentes, pra só depois uni-los em uma só execução.
Isso pode ser definido como nossa militância, as vezes não nos damos conta de como nossa militância é importante na construção da sociedade a qual tanto sonhamos. As vezes nos sentimos só e abandonados, ou com uma vontade tremenda de abandonar a militância, mas se olharmos que somos parte de uma composição que cada mostra nossas capacidades de solistas, e que apesar de ser repetitiva e algumas vezes cansativas logo chegará a hora que seremos uma grande orquestra tocando uma bela composição para uma platéia que dirá que as habilidades de solistas de conduzir aquela parte da melodia na hora exata era de extrema importancia para manter a cadencia e "obra" completa.
Então camaradas está dado, os músicos com a difícil tarefa de execução somos nós, a obra é poder construirmos um pais com a nossa cara, um pais socialista.

"Por manhãs de Sol e Socialismo"

Em homenagem ao camarada Maksandro Souza que criou essa analogia.

Jardel J O Silva


Entenda os riscos da exploração de petróleo


Entenda os riscos da exploração de petróleo

Principais perigos envolvem explosões, como a da BP no Golfo do México.
Especialistas relembram desastres e como estragos foram controlados.

Ligia GuimarãesDo G1, em São Paulo
 A exploração de petróleo é uma atividade cheia de riscos. Envolve tarefas perigosas como perfurar rochas em regiões ultraprofundas, enfrentar pressões altíssimas e manipular volumes gigantescos de gás. (Veja a reportagem completa no vídeo ao lado)
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O acidente que ocorreu em abril com a plataforma Deepwater Horizon, da petrolífera britânica BP, no Golfo do México, é um exemplo dos tipos de danos que qualquer erro no processo de perfuração das reservas do óleo podem causar.
Vazamento BPImagem da explosão na plataforma da BP, em abril.  (Foto: AFP)


O desastre matou 11 funcionários da empresa e causou graves prejuízos ambientais e econômicos na costa sul dos Estados Unidos, especialmente nos setores de pesca e turismo, além de abalar a popularidade do presidente Barack Obama e complicar as relações entre Washington e Londres. A BP tenta há meses, sem sucesso, estancar definitivamente o vazamento.

 O G1 consultou especialistas para saber quais são os perigos mais comuns e como a indústria de petróleo precisa agir em caso de emergências.
Poço 'reforçado'
O professor Ricardo Cabral de Azevedo, doutor do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da Universidade de São Paulo (USP), compara a perfuração de um poço de petróleo à construção de um túnel: o caminho precisa estar pronto, reforçado e cimentado para que seja seguro o 'trânsito' de óleo por ali. Antes disso, qualquer fluido que entre no poço, como gás, detritos e o próprio petróleo é indesejado e representa risco para a exploração.
"Enquanto você está perfurando , está criando uma superfície rochosa em volta do poço que é extremamente insegura", diz o professor.  "Então após perfurar cada trecho do poço você desce um revestimento de aço para sustentar essa parede".
Os "invasores" mais perigosos nessa etapa da perfuração são o petróleo e o gás. "O mais perigoso é o gás, porque ele é muito leve, ele pode subir até a superfície", explica.
Tipos de acidente
Para o ex-diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP) David Zylbersztajn, a maior parte das medidas de precaução das petrolíferas busca evitar o vazamento de gás. "Hoje o que chama mais a atenção e é temido são os casos como o da BP, de vazamentos que terminam em explosão", explica.
De acordo com Azevedo, da USP, há dois tipos principais de acidente que podem ocorrer na perfuração do petróleo: o kick e o blow out. Os dois envolvem a invasão do poço por fluidos.
O 'blow out' é a pior situação possível para um poço de petróleo: pode provocar explosões, incêndios, um acidente de grandes proporções"
Ricardo de Azevedo
"O kick é quando entram fluidos no poço, não necessariamente chegando à superfície". Nesse caso, técnicos usam a própria broca de perfuração para "injetar" outras substâncias mais pesadas e impedir que os fluidos saiam de controle.
O mais perigoso, no entanto, é o gás: leve, ele pode subir e alcançar o contato com a superfície mais facilmente. "Quando o gás chega à superfície você tem o 'blow out', que é a pior situação possível para um poço de petróleo: você tem vazamentos de fluidos para o meio ambiente que podem provocar explosões, incêndios, um acidente de grandes proporções".

Erros na BP
Meses após o acidente no Golfo do México, ainda não se sabe exatamente quais foram as causas do desastre. "Uma coisa que pode ter acontecido são falhas na cimentação, que permitiram que houvesse espaço para esse gás migrar por entre o cimento e chegar até a superfície.  É uma profundidade de 3 mil, 4 mil metros, na hora de cimentar você não está vendo o que está fazendo então você corre sérios riscos de não ter cimentado completamente", diz o professor, ressaltando que essa é apenas uma das muitas possibilidades de explicação para a tragédia.
Na opinião de Zylbersztajn, a petrolífera britânica investiu menos em segurança do que devia. "O que parece até agora é que eles (da BP)  foram mesquinhos em termos de gastos de segurança, a típica economia 'burra'. Economizaram X para depois gastar 50 x para consertar o desastre. É o tipo de economia que a Petrobras, considerada uma das melhores do mundo, não faz", afirma.
O professor Wilson Siguemasa Iramina, do curso de Engenharia de Petróleo da USP, diz que o verbo "economizar" é proibido no vocabulário de uma petrolífera.
"[A exploração de petróleo] É uma atividade de risco. A cada cinco poços, apenas um deve ter óleo e o gás. Os outros não produzem e não pagam o investimento. Todas as empresas têm que ter muito dinheiro para investir nisso", diz.
Para  Zylbersztajn, o descuido nos investimentos em segurança da BP é consequência também das falhas na fiscalização do setor nos EUA. "O governo americano na era Bush afrouxou muito as regras e a fiscalização. No Brasil, a ANP faz uma fiscalização bem mais rígida", diz.
Mudanças depois do desastre
De acordo com o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, o acidente da BP representa um marco no mercado de petróleo, que passará a se preocupar ainda mais com a segurança na exploração.
"Qualquer exploração no mar daqui para a frente vai ficar muito mais cara. Primeiro porque as próprias seguradoras vão aumentar o seguro de plataforma.[...] Além disso, as próprias autoridades governamentais tendem a dificultar mais o licenciamento ambiental para explorar petróleo no mar, e a exigir equipamentos de maior grau de segurança. Isso tudo aumenta custos", afirma.
Apesar disso, ele afirma que a produção do óleo deve continuar a crescer, junto com a demanda pelo produto. "O grande desafio é descobrir como você aumenta a produção de energia com mais garantias ambientais, tendo menos acidentes e também emitindo menos gás carbônico", diz.
Controle dos estragosNa iminência de um acidente ou explosão em uma plataforma de petróleo, a primeira alternativa é fechar o poço o mais rápido possível, explica Ricardo Azevedo. "Para isso você tem o chamado 'blow out preventer', que é um conjunto de válvulas feitas para fechar o poço em qualquer situação".
A BP tentou fechar o poço, mas infelizmente equipamento não funcionou"
Ricardo de Azevedo
No acidente da BP, essa tentativa foi feita, de acordo com o especialista da USP. "Quando eles (da BP) viram que o fluido estava chegando próximo da superfície, eles deveriam ter fechado. E eles tentaram fazer isso, mas infelizmente esse equipamento, o blow out preventer, não funcionou".
Conforme avalia Zylbersztajn, o ideal é que a BP tivesse mais de um sistema de segurança que pudessem ser acionados no caso de um vazamento como o ocorrido.
"O que faltou lá foi a redundância: quando uma coisa falha tem que ter outra para a mesma finalidade. Se um não funciona, o outro tem que funcionar", diz ele, que cita como exemplo de recurso que falhou oalarme da plataforma, que estava desativado no momento do acidente para não acordar a tripulação com falsos alertas. "O alarme poderia ter ajudado a salvar vidas".
Outra alternativa para amenizar estragos é a que a BP tenta concluir atualmente: perfurar poços de alívio, que podem demorar até três meses para ficarem prontos, estima o professor da USP.
"Você perfura poços ao lado do poço principal que vão 'matar' o poço, ou seja, vão injetar fluidos densos que vão interromper o fluxo de óleo. E depois logo em seguida vão preencher com cimento uma parte do poço dessa tubulação e vão vedar, ou seja, esse poço não vai produzir mais", afirma Azevedo.
O coordenador do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo, Itamar Sanches, ressalta que em casos de acidentes como o da BP é fundamental garantir a segurança e assistência aos funcionários que trabalham nas plataformas.
"O que eu acho triste é que todo mundo fala no vazamento, na questão ambiental, que é importante também, mas ninguém fala nas famílias desses onze trabalhadores que morreram (no acidente da BP)", diz Sanches.
No Brasil
O professor Ricardo Azevedo lembra que já houve casos no Brasil em que foi preciso fechar um poço de petróleo em situação emergencial; um exemplo é o da plataforma da P-36. "A plataforma afundou mas não houve nenhum derramamento de óleo no mar, exatamente porque esse equipamento para fechar o poço funcionou perfeitamente", diz.
Nas reservas de petróleo do pré-sal, localizadas em águas ultraprofundas, a perfuração é ainda mais difícil.
"No caso do pré-sal você tem águas ultraprofundas, até mais profundas do que essa do Golfo do México (do acidente com a BP). Você tem pressões altíssimas, suficientes para amassar o aço como se fosse uma folha de papel. A maioria dos equipamentos que o ser humano dispõe não funciona nessas condições. Um submarino muito antes de chegar nessa profundidade já é esmagado", explica.
No pré-sal, você tem pressão que amassa o aço como se fosse uma folha de papel "
Ricardo de Azevedo
Para o professor, no entanto, o domínio tecnológico e investimento em segurança utilizados no Brasil pela Petrobras são reconhecidos internacionalmente.
"Eu fico tranqüilo porque a nossa qualidade é uma das melhores do mundo, inclusive superior a essa que foi utilizada no Golfo do México, onde aconteceu o acidente. O Brasil e a Noruega são dois países que são referência nesse tipo de tecnologia", afirma.
Wilson Siguemasa Iramina, professor do curso de Engenharia de Petróleo da USP, diz que perfurar o sal em águas ultraprofundas é bem mais difícil do que perfurar rocha: qualquer movimento brusco ou mesmo o uso de fluidos pode fazer a estrutura desmoronar.
"O sal não se comporta como uma rocha, ele se mexe. As técnicas de usar fluidos à base de água, que são usados para preencher os furos com água e evitar que a parede caia, poderiam dissolver o sal e desabar a camada, fechando o poço", explica.
Amenizar impactosEmbora tenha níveis de segurança adequados, o Brasil deve se preocupar  em planejar e tornar conhecidos os planos de ação que serão adotados em caso de acidentes petrolíferos, afirma Zylbersztajn.
"A gente não pode apostar na infalibilidade de equipamento, não existe nada com risco zero. E como os impactos são muito grandes, a sociedade merece uma explicação do que seria feito no caso de um acidente. Ainda mais no pré-sal, em que a exploração é feita a 300 km da costa. Não se sabe como seriam transportadas pessoas, equipamentos, produtos dispersantes de óleo", diz o ex-diretor da ANP.
G1 entrou em contato com a Petrobras para comentar seus procedimentos de segurança na perfuração do óleo, mas a empresa informou que não vai se pronunciar sobre o assunto.
(Com informações de agências)
Fonte Prtal G1