domingo, 29 de agosto de 2010
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Ariano Suassuna e o Forro Atual
CRÍTICA DE ARIANO SUASSUNA SOBRE O FORRÓ ATUAL
'Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!'. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são 'gaia', 'cabaré', e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.
Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.
Porém o culpado desta 'desculhambação' não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de 'forró', parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.
Aqui o que se autodenomina 'forró estilizado' continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem 'rapariga na platéia', alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é 'É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!', alguma coisa está muito doente. Sem esqu ecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.
Ariano Suassuna
'Tem rapariga aí? Se tem, levante a mão!'. A maioria, as moças, levanta a mão. Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são 'gaia', 'cabaré', e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.
Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma pequeníssima lista do repertório das bandas.
Porém o culpado desta 'desculhambação' não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de 'forró', parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.
Aqui o que se autodenomina 'forró estilizado' continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem 'rapariga na platéia', alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é 'É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!', alguma coisa está muito doente. Sem esqu ecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.
Ariano Suassuna
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
A rua, as pedras a VITÓRIA!
E as pedras vencerão:
Os tanques;
O medo;
A repressão;
A dor;
O povo vitorioso ganhará as ruas...
... E nunca mais se ouvirá falar,
em morte,
desaparecimento ou tortura.
Os tanques;
O medo;
A repressão;
A dor;
O povo vitorioso ganhará as ruas...
... E nunca mais se ouvirá falar,
em morte,
desaparecimento ou tortura.
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Muito show, blues pra enxaqueca!
Hoje eu acordei com uma puta enxaqueca e então resolvi escutar um bom blues pra animar e ver se melhorava... O resultado é que além de melhorar fiquei muito empolgado esses dois são show de bola..
segue o link pra quem quizer baixar o cd completo:
http://www.4shared.com/file/jaPIx8cd/Quincy_Jones_and_Bill_Cosby_-_.htm
segue o link pra quem quizer baixar o cd completo:
http://www.4shared.com/file/jaPIx8cd/Quincy_Jones_and_Bill_Cosby_-_.htm
domingo, 15 de agosto de 2010
Linux é o Socialismo Digital
Voltei pra postar sobre uma coisa que me interessa muito, o mundo digital...
Incentivado por um professor da UNICAP instalei o Ubuntu em meu note, pra quem não conhece o Ubuntu é uma distribuição Linux, entre tantas outras, instalei o Ubuntu porque me foi o mais acessível pois o primo de Paulinha minha namorada tinha o CD em casa, mas existem várias e que podem ser baixadas nos seus respectivos site, e o melhor disso tudo é que podem ser baixadas gratuitamente, isso mesmo de graça... E tem algumas distribuições como a Ubuntu que se você se cadastrar no site eles ainda manda o CD de instalação pra sua casa e sem custo nenhum...
Agora o que muita gente ainda não sabe é que os sistemas Linux hoje em dia são muito melhores que o SO da Microsoft (Windows), muito mais rápido e estável, o que muita gente fala é que não usa pois existem programas que não rodam em plataforma LInux é mito todos os programas existentes no Windows existem no Linux , não com o mesmo nome é claro, mas como falei mudam só de nome a Interface são as mesmas como se fossem os genéricos melhores, pois todos são de graça, um exemplo é o "Inkspace" que é um programa de desenho que é o similar do famoso Corel Draw a grande diferença testadas por mim é o valor hoje o Corel custa em torno de R$400,00 e o Inkspace é gratuito...
Hoje grandes empresas estão migrando para distribuições Linux pois não aguentam mais pagar tanto pelos Windows rodados em suas máquinas, o Banco do Brasil por exemplo já está usando até em seus caixas rápido. Acho que os governos deveriam incentivar cada vez mais pesquisas e desenvolvedores, pois isso iria baratear bastante o custo das empresas públicas e reduzir gastos nos cofres públicos.
Pois bem gente o Linux é uma grande opção pra todos acessível e gratuita, por isso venho dizendo que o linux é a revolução digital, é o socialismo dos PC's.
Incentivado por um professor da UNICAP instalei o Ubuntu em meu note, pra quem não conhece o Ubuntu é uma distribuição Linux, entre tantas outras, instalei o Ubuntu porque me foi o mais acessível pois o primo de Paulinha minha namorada tinha o CD em casa, mas existem várias e que podem ser baixadas nos seus respectivos site, e o melhor disso tudo é que podem ser baixadas gratuitamente, isso mesmo de graça... E tem algumas distribuições como a Ubuntu que se você se cadastrar no site eles ainda manda o CD de instalação pra sua casa e sem custo nenhum...
Agora o que muita gente ainda não sabe é que os sistemas Linux hoje em dia são muito melhores que o SO da Microsoft (Windows), muito mais rápido e estável, o que muita gente fala é que não usa pois existem programas que não rodam em plataforma LInux é mito todos os programas existentes no Windows existem no Linux , não com o mesmo nome é claro, mas como falei mudam só de nome a Interface são as mesmas como se fossem os genéricos melhores, pois todos são de graça, um exemplo é o "Inkspace" que é um programa de desenho que é o similar do famoso Corel Draw a grande diferença testadas por mim é o valor hoje o Corel custa em torno de R$400,00 e o Inkspace é gratuito...
Hoje grandes empresas estão migrando para distribuições Linux pois não aguentam mais pagar tanto pelos Windows rodados em suas máquinas, o Banco do Brasil por exemplo já está usando até em seus caixas rápido. Acho que os governos deveriam incentivar cada vez mais pesquisas e desenvolvedores, pois isso iria baratear bastante o custo das empresas públicas e reduzir gastos nos cofres públicos.
Pois bem gente o Linux é uma grande opção pra todos acessível e gratuita, por isso venho dizendo que o linux é a revolução digital, é o socialismo dos PC's.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Illex ParaguariensisEngenheiros do Hawaii
Hoje eu acordei mais cedo
Tomei sozinho o chimarrão
Procurei a noite na memória
Procurei em vão...
Hoje eu acordei mais leve
Nem li o jornal
Tudo deve estar suspenso
Nada deve pesar
Já vivi tanta coisa
Tenho tantas pra viver
To no meio da estrada
E nenhuma derrota vai me vencer
Hoje eu acordei livre
Não devo nada a ninguém
Não há nada que me prenda aqui
Ainda era noite
Esperei o dia amanhecer
Como quem aquece a água
Sem deixar ferver
Hoje eu acordei
Agora eu sei
Viver no escuro...
Até que a chama se acenda
Verde quente erva ventre dentro entranhas
Mate amargo noite adentro estrada estranha
Nunca me deram mole não
melhor assim
Não sou afim de pactuar
sai pra la
Se pensam que eu tenho as mãos vazias e frias
melhor assim
Se pensam que as minhas mãos estão presas
Mãos e coração, livres e quentes, chimarrão e leveza
Hoje eu acordei mais cedo
Tomei sozinho o chimarrão
Procurei a noite na memória
Procurei em vão...
Hoje eu acordei mais leve
Nem li o jornal
Tudo deve estar suspenso
Nada deve pesar
Já vivi tanta coisa
Tenho tantas pra viver
To no meio da estrada
E nenhuma derrota vai me vencer
Hoje eu acordei livre
Não devo nada a ninguém
Não há nada que me prenda aqui
Ainda era noite
Esperei o dia amanhecer
Como quem aquece a água
Sem deixar ferver
Hoje eu acordei
Agora eu sei
Viver no escuro...
Até que a chama se acenda
Verde quente erva ventre dentro entranhas
Mate amargo noite adentro estrada estranha
Nunca me deram mole não
melhor assim
Não sou afim de pactuar
sai pra la
Se pensam que eu tenho as mãos vazias e frias
melhor assim
Se pensam que as minhas mãos estão presas
Mãos e coração, livres e quentes, chimarrão e leveza
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
MAIOR MERCADO DE CONSUMO DE UÍSQUE DO MUNDO
O emergente mercado brasileiro de uísque tem uma série de pequenas e interessantíssimas particularidades. A primeira é que Recife (PE) é a cidade que detém o maior consumo de uísque per capita em todo o mundo. Os dados são da prestigiada publicação inglesa “The Whisky Magazine”.
Isso mesmo, a cidade conhecida por suas pontes, Carnaval e belas praias tem grande importância no setor nacional. Tanto que Eduardo Blohm Bendzius, diretor de marketing da Diageo –que controla as marcas Smirnoff, Johnnie Walker, Captain Morgan, Baileys, J & B, José Cuervo e a cerveja Guinness–, explica que a empresa executa ações específicas para Pernambuco. “O Brasil, hoje, é o país onde mais se consome Johnnie Walker Red Label no mundo, e Recife corresponde a pelo menos 40% desse volume”, diz.
Segundo Bendzius, Recife é um grande mercado não apenas para o uísque, mas também para outras bebidas destiladas. “A cidade tem uma cultura de destilados que também abarca bebidas como o rum”, explica.
O consumo de uísque na capital de Pernambuco tem algumas particularidades, como o costume de ser bebida com gelo produzido com água de coco. “Como bebedor de uísque, não sou purista, acho que cada um deve degustar a bebida da maneira que achar melhor”, afirma.
Prado começou a se interessar pela bela bebida em meados de 1970 e não parou mais. “Tive a oportunidade de conhecer a Inglaterra e, lá, fui provando bons uísques e comprei meu primeiro livro”, explica. Segundo ele, o mercado brasileiro cresceu muito nos últimos anos. “Hoje em dia, é muito fácil encontrar um uísque de boa qualidade nas capitais. Antes, tínhamos que esperar que alguém trouxesse de fora”, diz.
Rótulos nobres e destilarias fantasmas
O bom momento do mercado nacional de uísque colocou o país na rota dos chamados lançamentos super premium –uísques produzidos com matérias-primas nobres, de produção limitada, como o Johnnie Walker King George V, que teve cem unidades lançadas no Brasil.
Na produção desse tipo de bebida, muitas vezes são usadas matérias-primas das chamadas destilarias fantasmas – que fecharam as portas apesar da qualidade, o que confere a esses rótulos uma áurea de originalidade.
Os lançamentos mais exclusivos costumam atrair colecionadores. Algo que Prado não concorda. “Eu respeito muito os colecionadores, mas acho que o uísque foi feito para ser bebido e é muito mais gostoso beber do que admirar um garrafa”.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Cineastas da favela criticam Cidade de Deus e Tropa
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Os diretores dos cinco episódios do filme 5x Favela, Agora por Nós Mesmos criticaram, em debate durante o festival de cinema de Paulínia, produções que tratam de favelas, como Cidade de Deus e Tropa de Elite.
Comandado por Cacá Diegues, 5x Favela, Agora por Nós Mesmos custou R$ 4 milhões e traz cinco curtas-metragens escritos, dirigidos e interpretados por moradores de comunidades carentes do Rio de Janeiro. Retoma uma ideia original de 1962, em que cinco cineastas de classe média do Rio, entre eles Diegues, mostraram a vida dos moradores de favelas no clássico Cinco Vezes Favela.
Os diretores dos curtas disseram que não se vêem representados nos filmes de Fernando Meirelles e José Padilha. Por isso, produziram episódios em que moradores de comunidades cariocas são apresentados em uma perspectiva positiva.
"Cidade de Deus é um filme que o cara de fora [da favela] viu os traficantes e fez um filme sobre isso. Tropa de Elite foi um cara de fora [da favela] que viu a polícia e fez um filme sobre isso. Agora [5x Favela, Agora por Nós Mesmos] é um filme com a nossa visão", disse Luciano Vidigal, de 32 anos, cineasta morador do morro do Vidigal, diretor do episódio Concerto para Violino, o mais violento, trágico e pretensioso do filme, em que policiais e traficantes se unem para recuperar armas roubadas por bandidos.
Mais jovem dos diretores de 5x Favela, a estudante Manaíra Carneiro, 22 anos, diferencia o longa de Cidade de Deus e de Tropa de Elite. "A temática de 5x Favela não é a favela. É um filme que se passa na favela, mas acima de tudo um filme sobre solidariedade, esperança e ética, sobre pessoas que vivem em situações limite. Cidade de Deus é um filme de época, maniqueísta", afirmou.
Manaíra é codiretora de Fonte de Renda, o primeiro episódio, sobre um rapaz da favela que se vê forçado a vender drogas para os "playboys" da faculdade de direito em que estuda, para poder comprar livros. O jovem reluta muito em entrar para o crime e sai dele assim que consegue um emprego. E tem um final feliz, não é punido por se envolver com o tráfico, como provavelmente ocorreria se a história tivesse saído da cabeça de alguém de fora da favela.
O final feliz, à exceção de Concerto para Violino, marca todos os episódios. Segundo os diretores, isso foi proposital. Os cinco curtas foram escolhidos entre dezenas de argumentos desenvolvidos pelos jovens das comunidades em oficinas preparatórias para o filme.
"No processo de escolha dos argumentos, foi nítida essa necessidade de fazer um retrato positivo da favela", contou Cacau Amaral, 37, morador de Duque de Caxias, na periferia do Grande Rio, um dos diretores do programa Espelho, de Lázaro Ramos, no Canal Brasil.
Amaral, assina, em parceria com Rodrigo Felha, o episódio Arroz com Feijão, um dos mais divertidos, apesar da situação trágica. No curta, dois meninos lavam carro e catam cocô de cavalo para conseguir dinheiro e comprar uma galinha para que a mãe de um deles sirva um jantar digno para o pai, no dia do aniversário dele. Em uma das cenas mais "ideológicas" de todo o filme, os dois garotos são roubados por alunos do colégio mais elitista do Rio de Janeiro.
"Essa ideia da positividade foi de todo mundo. Tem desgraça na favela, mas decidimos mostrar a desgraça com humor. Pobre ri pra caramba, não só chora", disse Manaíra.
5x Favela, Agora por Nós Mesmos estreia nos cinemas de São Paulo e Rio em 27 de agosto.
Fonte: http://www.vermelho.org.br
Comandado por Cacá Diegues, 5x Favela, Agora por Nós Mesmos custou R$ 4 milhões e traz cinco curtas-metragens escritos, dirigidos e interpretados por moradores de comunidades carentes do Rio de Janeiro. Retoma uma ideia original de 1962, em que cinco cineastas de classe média do Rio, entre eles Diegues, mostraram a vida dos moradores de favelas no clássico Cinco Vezes Favela.
Os diretores dos curtas disseram que não se vêem representados nos filmes de Fernando Meirelles e José Padilha. Por isso, produziram episódios em que moradores de comunidades cariocas são apresentados em uma perspectiva positiva.
"Cidade de Deus é um filme que o cara de fora [da favela] viu os traficantes e fez um filme sobre isso. Tropa de Elite foi um cara de fora [da favela] que viu a polícia e fez um filme sobre isso. Agora [5x Favela, Agora por Nós Mesmos] é um filme com a nossa visão", disse Luciano Vidigal, de 32 anos, cineasta morador do morro do Vidigal, diretor do episódio Concerto para Violino, o mais violento, trágico e pretensioso do filme, em que policiais e traficantes se unem para recuperar armas roubadas por bandidos.
Mais jovem dos diretores de 5x Favela, a estudante Manaíra Carneiro, 22 anos, diferencia o longa de Cidade de Deus e de Tropa de Elite. "A temática de 5x Favela não é a favela. É um filme que se passa na favela, mas acima de tudo um filme sobre solidariedade, esperança e ética, sobre pessoas que vivem em situações limite. Cidade de Deus é um filme de época, maniqueísta", afirmou.
Manaíra é codiretora de Fonte de Renda, o primeiro episódio, sobre um rapaz da favela que se vê forçado a vender drogas para os "playboys" da faculdade de direito em que estuda, para poder comprar livros. O jovem reluta muito em entrar para o crime e sai dele assim que consegue um emprego. E tem um final feliz, não é punido por se envolver com o tráfico, como provavelmente ocorreria se a história tivesse saído da cabeça de alguém de fora da favela.
O final feliz, à exceção de Concerto para Violino, marca todos os episódios. Segundo os diretores, isso foi proposital. Os cinco curtas foram escolhidos entre dezenas de argumentos desenvolvidos pelos jovens das comunidades em oficinas preparatórias para o filme.
"No processo de escolha dos argumentos, foi nítida essa necessidade de fazer um retrato positivo da favela", contou Cacau Amaral, 37, morador de Duque de Caxias, na periferia do Grande Rio, um dos diretores do programa Espelho, de Lázaro Ramos, no Canal Brasil.
Amaral, assina, em parceria com Rodrigo Felha, o episódio Arroz com Feijão, um dos mais divertidos, apesar da situação trágica. No curta, dois meninos lavam carro e catam cocô de cavalo para conseguir dinheiro e comprar uma galinha para que a mãe de um deles sirva um jantar digno para o pai, no dia do aniversário dele. Em uma das cenas mais "ideológicas" de todo o filme, os dois garotos são roubados por alunos do colégio mais elitista do Rio de Janeiro.
"Essa ideia da positividade foi de todo mundo. Tem desgraça na favela, mas decidimos mostrar a desgraça com humor. Pobre ri pra caramba, não só chora", disse Manaíra.
5x Favela, Agora por Nós Mesmos estreia nos cinemas de São Paulo e Rio em 27 de agosto.
Fonte: http://www.vermelho.org.br
'Uma noite em 67': Tropicalismo, vaias e um festival de MPB histórico
Filme com Chico, Gil, Caetano, Roberto e "garotinhos" chega aos cinemas nesta sexta-feira (30)
Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Edu Lobo são artistas nacional e até internacionalmente conhecidos. Já sentiram na pele o que é ser calado por uma ditadura escancarada e, em contrapartida, já desfrutaram a emoção de revolucionar uma geração inteira de jovens, músicos ou não.
O documentário "Uma noite em 67" volta mais de 40 anos no tempo para resgatar imagens e histórias da final do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, o mais lembrado acontecimento do período que ficou conhecido como a Era dos Festivais. Naquele 1967, Chico Buarque apresentou "Roda vida", e Edu Lobo cantou "Ponteio". O Tropicalismo ganhou formas e nomes, com Caetano Veloso interpretando "Alegria, alegria" ao lado dos Mutantes, e Gilberto Gil, "Domingo no parque". Sérgio Ricardo protagonizou uma cena célebre ao atirar um violão na plateia, depois de ser vaiado ao entoar "Beto bom de bola". A MPB, pode-se dizer, nunca mais foi a mesma.
Dentro da prolífica safra recente de documentários brasileiros relacionados à música, "Uma Noite em 67", dirigido pela dupla Renato Terra e Ricardo Calil, surge como um dos mais eficientes e bem realizados. Exibido em alguns festivais, o longa consegue encantar com as memórias resgatadas pelos cineastas, um trabalho em que tudo parece estar no lugar e tempo certos. Mais do que isso, consegue resgatar visualmente os elementos que transformaram aquele final de festival no clímax da produção musical dos anos 60 no Brasil.
O filme ainda traz depoimentos inéditos dos principais personagens: Chico, Caetano, Roberto, Gil, Edu e Sérgio Ricardo. Além deles, algumas testemunhas privilegiadas da verdadeira "batalha", como o jornalista Sérgio Cabral (um dos jurados) e o produtor Solano Ribeiro, partilham suas memórias de uma noite inesquecível em 21 de outubro de um ano que ficou marcado na história.
Assista o Traill
Da Redação UNE
Filme com Chico, Gil, Caetano, Roberto e "garotinhos" chega aos cinemas nesta sexta-feira (30)
Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Edu Lobo são artistas nacional e até internacionalmente conhecidos. Já sentiram na pele o que é ser calado por uma ditadura escancarada e, em contrapartida, já desfrutaram a emoção de revolucionar uma geração inteira de jovens, músicos ou não.
O documentário "Uma noite em 67" volta mais de 40 anos no tempo para resgatar imagens e histórias da final do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, o mais lembrado acontecimento do período que ficou conhecido como a Era dos Festivais. Naquele 1967, Chico Buarque apresentou "Roda vida", e Edu Lobo cantou "Ponteio". O Tropicalismo ganhou formas e nomes, com Caetano Veloso interpretando "Alegria, alegria" ao lado dos Mutantes, e Gilberto Gil, "Domingo no parque". Sérgio Ricardo protagonizou uma cena célebre ao atirar um violão na plateia, depois de ser vaiado ao entoar "Beto bom de bola". A MPB, pode-se dizer, nunca mais foi a mesma.
Dentro da prolífica safra recente de documentários brasileiros relacionados à música, "Uma Noite em 67", dirigido pela dupla Renato Terra e Ricardo Calil, surge como um dos mais eficientes e bem realizados. Exibido em alguns festivais, o longa consegue encantar com as memórias resgatadas pelos cineastas, um trabalho em que tudo parece estar no lugar e tempo certos. Mais do que isso, consegue resgatar visualmente os elementos que transformaram aquele final de festival no clímax da produção musical dos anos 60 no Brasil.
O filme ainda traz depoimentos inéditos dos principais personagens: Chico, Caetano, Roberto, Gil, Edu e Sérgio Ricardo. Além deles, algumas testemunhas privilegiadas da verdadeira "batalha", como o jornalista Sérgio Cabral (um dos jurados) e o produtor Solano Ribeiro, partilham suas memórias de uma noite inesquecível em 21 de outubro de um ano que ficou marcado na história.
Assista o Traill
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